D'Alva - Entrevista
Pop/electrónica em português é sinónimo de D’Alva. A dupla formada por Alex D’Alva Teixeira e Ben Monteiro, celebra o primeiro aniversário do disco de
estreia “#batequebate” com dois concertos em Junho, dia 13 no Teatro Rivoli e
dia 19 no CCB. Fomos falar com o duo para saber o que se passou neste ano e
quais os planos para o futuro:
Respostas: D'Alva
Fotografia: Luís Filipe Catarino
A vossa música prima pela originalidade e acaba por ser
uma lufada de ar fresco na pop/electrónica nacional. A quem atribuem a vossa
inspiração?
Ao pensar nessa
pergunta é preciso voltarmos ao estado mental em que estávamos quando começámos
a escrever e gravar as nossas canções, e no fundo é algo que vem muito de
dentro, muito enraizado na nossa memória, e descobrimos que partilhamos uma
vontade muito grande em deixar à solta sem restrições os refrões orelhudos que
temos e que nos invadem a cabeça. É um fenómeno comum em músicos, mas nem sempre é
possível seguir esse instinto imediato e no nosso caso foi, pois não tínhamos
que equacionar mais ninguém a não ser nós mesmos. E se cavarmos um
pouco mais fundo, percebemos que esse instinto é apurado pelas nossas memórias
mais recônditas enquanto crianças a ouvir rádio, e a rádio sempre foi rica em
pop orelhuda, excitante, e de grandes refrões. Michael Jackson e a sua maneira
de fazer música é sem dúvida a maior influência de ambos, pois é através dele
que nos chega tudo o resto.
Estão a celebrar o primeiro aniversário de
“#batequebate”, como foi este ano?
Foi um ano muito
cheio de episódios inesperados, demais até para conseguir sintetizar, e um
acumular de experiências extraordinárias num curto espaço de tempo. Por vezes
parecia que estávamos a viver dentro de um filme no momento em que o underdog
finalmente vê o seu trabalho recompensado. Tem sido assim sem excepção, e por
enquanto as coisas parecem não abrandar. Está a ser uma viagem e tanto, e estamos
muito gratos pela maneira como todos nos têm abraçado, a começar pelo público e
a terminar em toda a gente que temos conhecido e com quem temos tido o
privilégio de colaborar.
A imagem parece ser uma componente muito forte do vosso
trabalho. Apoiam-se nos videoclips para ajudar a transmitir a vossa mensagem?
Costumamos dizer que
não é o mais importante, mas é sem duvida importante. Tudo gira em torno da
música que fazemos primeiro, e tentamos que exista coerência em todas as
outras valências que complementam a nossa música. É infelizmente normal em
Portugal que muitos novos artistas descurem uma parte tão importante da sua
música, que é todo o universo visual que esta proporciona, desde a roupa que
vestem, aos vídeos, etc, e sem esse cuidado, a música fica mais pobre. Se
estivéssemos numa fase mais avançada da nossa carreira o cuidado com a imagem
seria ainda maior, mas uma coisa também importante é a autenticidade com que
trabalhamos a nossa imagem, e o público percebe quando essa autenticidade existe
ou não!
Além dos dois concertos de celebração, vão estar em
vários festivais de Verão. O que é que o público pode esperar das vossas actuações?
Quem já assistiu a
um concerto de D’Alva sabe que é enérgico do princípio ao fim e que a entrega
é total, e isso é uma característica que tão cedo não perdemos. Investimos
muito tempo a preparar as actuações ao vivo para que sejam sempre no mínimo do
possível únicas de alguma maneira, quer nos arranjos, quer no alinhamento, quer
na produção, etc. Não queremos tomar nada por garantido muito menos o nosso
público, e queremos que cresça, por isso vamos continuar a #dartudo.
Como é fechar este ciclo do “#batequebate” e para quando
um novo álbum?
Ainda não sentimos
que esse ciclo esteja fechado, porque ainda há pessoas a descobrir o disco
agora, e neste momento estamos muito concentrados em tocar. Já pensamos em
música nova, já vamos assentando algumas ideias, mas queremos fazer as coisas
como sempre fizemos até aqui, de forma que nos pareça natural. Não iremos gravar
um disco apenas porque temos de o fazer, vamos sim fazer o que sentirmos fazer
na altura. Pode ser em forma de singles, pode ser em forma de EP, ainda não
sabemos, mas não estamos muito preocupados com isso, mas sabemos que a
expectativa é grande para um segundo longa duração, por isso mesmo não podemos
apressar nada.
Planos para o futuro?
Desde o início que
não fazemos planos a longo prazo. A música enquanto indústria vive um momento
complicado em que precisa de se encontrar e redefinir. Hoje somos alguém,
amanhã somos apenas ilustres desconhecidos ou uma memória qualquer distante ou
um músico a viver de glórias passadas, e essa imagem é negra. Já conhecemos
muita gente assim no passado ano, artistas que são sombras do que foram
outrora. É com essa perspectiva em mente que preferimos viver no aqui e agora,
e fazer planos apenas a médio prazo no máximo. Temos ambições obviamente e
trabalhamos para que sejam uma realidade, mas há muita coisa que não depende de
nós, por isso saboreamos o presente, tendo noção que se amanhã terminar foi
bom! Para já o plano é tocar o quanto nos for possível, conhecer o país, e
dar-nos a conhecer, perceber como o “Portugal real” reage à nossa música, e em
função disso veremos!
Respostas: D'Alva
Fotografia: Luís Filipe Catarino
Entrevista feita por: Sofia Robert
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