MUSA Cascais - 4/7/2014
Este fim-de-semana todos os caminhos foram dar a
Carcavelos! O MUSA Cascais, que teve início em 1999, é organizado pela
CRIATIVA, uma associação sem fins lucrativos que conta muito com a ajuda de
voluntários (450 este ano). Este é um festival de forte cariz ambiental e
sustentável onde, como Freddy Locks nos disse no segundo dia: “é um festival
independente, onde o dinheiro não é a coisa primordial como nos outros
festivais, até o preço dos bilhetes é mais acessível para o público”.
No recinto, além do palco principal, podíamos contar com área de restauração e bares, skatepark, uma tenda de artesanato e duas zonas alternativas: o Palco Heineken com o poderoso sistema de som Roots Dimension para o estilo Dub e o Palco Bass Station com os sons mais urbanos que iam do Drum n’ Bass ao Dubstep.
Os dois primeiros concertos de cada dia ficaram ao cargo
das quatro bandas vencedoras do concurso criado pelo festival, estas foram
submetidas a uma votação do público para decidir os vencedores.
A banda que abriu o festival foram os KWANTTA, uma banda com
forte componente de sopro, com o vocalista a intercalar entre o trombone e a
voz em português. Presentearam o público com a sua simpatia e com as suas músicas
que variavam entre rock, ska, world music e reggae.
Apresentaram o seu álbum “Casa Real” onde não podia
faltar o single homónimo.
Apesar do vento que se fazia sentir, tínhamos o mar
literalmente como pano de fundo neste final de tarde. Estava dado o início do
que viria a ser um grande festival!
No final deste concerto tive o prazer de falar com os
KWANTTA e de lhes perguntar qual tinha sido a sensação quando souberam que
tinham ganho e que iam actuar neste evento. A simpatia sentida em palco transparece
sem dúvida pessoalmente, uma banda muito divertida que nos respondeu “Fomos
jantar todos juntos… e bebemos!”. Confessaram ainda ter sido difícil o começo
deste concerto, sendo a primeira banda da noite, mas adoraram tocar na altura
do pôr-do-sol e rapidamente conseguiram cativar o público.
A segunda banda nacional foi Dentinho&The Promised
Band, Dentinho vindo do Porto trouxe-nos reggae cantado em português do seu
projecto a solo depois de já ter passado por bandas como Human Chalice ou One
Love Family.
Antes do concerto de Meta and The Cornerstones pude falar
com Meta que me disse estar muito contente por estar em Portugal e no Festival
MUSA, do qual tem ouvido falar bastante. Durante este concerto recebemos tudo
aquilo que Meta me disse esperar do mesmo “boas vibrações, motivação, positividade
e tudo aquilo que une as pessoas”. Com um som de reggae muito roots, não
faltaram letras positivas, interacção com o público e alguns dos seus sucessos
como “Somewhere in Africa” e “Zion Stereo”, com destaque para a teclista
japonesa Aya Kato.
No concerto seguinte, Jah9 apresentou-se com um som forte
na percurssão por parte da banda e uma voz muito boa, desta que foi a única
mulher de todo o cartaz. Houve tempo para as suas preocupações sobre a
integridade dos seres humanos e da forma como as crianças são educadas nos dias
de hoje, letras muito fortes a nível político e mencionou ainda o cantor Buju
Banton. Pudemos também ouvir “New Name”, um dos seus principais singles.
No final do concerto Janine disse-me estar habituada a
ser a única mulher nos festivais onde canta e que é uma honra e uma grande
responsabilidade “nós mulheres somos espíritos livres, podemos ser um sex symbol ou termos uma figura
maternal, por isso é bom poder representar esse equilíbrio entre sermos
femininas ou militantes”. Sobre o concerto disse que apesar de estar com muito
frio as pessoas foram quentes e transmitiram uma óptima energia, no geral foi
uma honra para esta artista jamaicana!
Seguiu-se o concerto de Kabaka Pyramid com letras sobre
amor e onde houve também umas passagens mais pela música jazz. Cantou-nos temas
como o seu maior êxito “World Wide Love” ou o início de “Warrior” que na versão
em estúdio conta com a colaboração de Protoje.
Eram 2h30 quando entra em palco a banda do cabeça de
cartaz desta primeira noite de festival. Houve uma introdução até entrar
finalmente Konshens em palco. O concerto começou com a música “Good girl gone
bad” música em colaboração com o não presente Tarrus Riley. Foi um concerto
cheio de energia por parte deste grande nome do dancehall, que pôs toda a gente
a saltar.
Chegava assim ao fim a primeira noite do MUSA Cascais!
Fotografias por: Luís Carvalho
Para mais fotografias deste dia: https://www.facebook.com/soumusica.pt
Comentários
Publicar um comentário